Inverno Espiritual
A Palavra de Deus nos diz que todos pecaram e
carecem da glória de Deus (Rm 3.23), mas quem confessar o nome do Senhor Jesus será
salvo (Rm 10.13) e, todos quanto o receberem serão chamados filhos de Deus (Jo
1.12).
Somos convencidos do pecado e levados ao
arrependimento. Recebemos Jesus como Senhor de nossas vidas. Estamos salvos. Mas,
precisamos desenvolver a salvação (Fp 2.12) e, principalmente perseverar, pois
só os que perseverarem até o fim serão salvos (Mt 10.22).
A caminhada cristã deve ser um processo evolutivo, onde a pessoa é moldada por Deus a cada dia, com o objetivo de tornar-se um varão perfeito.
Todo cristão passa por diversos momentos,
alguns difíceis e alguns que não compreende o que está acontecendo.
Existem momentos em nossas vidas em
que podemos compará-los como as quatro estações do ano e uma das estações que
mais temos dificuldade de compreender ou enfrentar é a estação do
inverno.
A principal característica do inverno é a queda da temperatura, assim é na vida espiritual, toda aquela
alegria e fervor que antes era percebido já não e tanto e o tempo parece que
parou.
O apóstolo Paulo escreveu:
"E sabemos que tudo quanto nos acontece está operando para o nosso próprio bem, se amarmos a Deus e estivermos nos ajustando aos plano dele". (Romanos 8.28)
"E sabemos que tudo quanto nos acontece está operando para o nosso próprio bem, se amarmos a Deus e estivermos nos ajustando aos plano dele". (Romanos 8.28)
Quero partilhar um texto que descreve
muito bem os benefícios do inverno em nossas vidas é de uma grande mulher de
Deus chamada Jeanne Guyon:
"Vejo o inverno como uma estação que
dá excelentes exemplos do trabalho de transformação do Senhor na vida do
cristão. Quando ele chega, é como se o mundo vegetal refletisse a imagem da
purificação, mediante a qual Deus remove as imperfeições da vida de seus
filhos.
Quando o frio tem início nas asas de
uma tempestade de inverno, as árvores vão gradualmente perdendo as folhas. O
verde logo é trocado pelo tom de marrom funesto; e as folhas caem e morrem.
Presencia-se a perda da bonita vestimenta do verão. Que sensação experimenta
você, ao contemplar essa pobre árvore? Você sente como que uma revelação.
Debaixo de todas as lindas folhas
estão toda espécie de irregularidades e defeitos. Eles eram invisíveis em razão
das folhas que os cobriam. Agora começam a ser revelados! A árvore já não é
bonita na sua superfície aparente. Mas será que ela mudou? Não de todo.
Tudo continua a ser exatamente como era antes. Tudo prossegue sendo como sempre
foi! É certo que as folhas já não estão lá para esconder o que é real. A beleza
da sua vida exterior apenas ocultou o que sempre estivera lá.
A mesma coisa acontece com você. O
mesmo sucede com todo cristão. Nós podemos parecer bonitos... até que a vida
desapareça! Então não haverá dúvida: o cristão irá mostrar-se com todos os seus
defeitos. Se Deus não trabalhar para purificá-lo, você se mostrará despido de
todas as suas virtudes! Contudo, dentro da árvore existe uma
vida; e assim como a árvore, você não está se tornando pior; está simplesmente
se vendo como realmente é! É preciso saber que no interior da árvore de inverno
ainda há uma vida que produziu lindas folhas na última primavera.
Não, o cristão no mais profundo do
seu ser não foi privado de sua virtude essencial. Ele não perdeu vantagens;
apenas perdeu algo humano, o senso da própria bondade pessoal, e em seu lugar
descobriu sua total desventura. Ele perdeu a comodidade pelo fato de seguir o
Senhor. Essa comodidade nasceu mais em virtude da ignorância sobre si mesmo do
qualquer outra razão. Assim como acontece com a árvore acontece com você.
O cristão, espoliado e exposto,
aparece perante os próprios olhos como algo desnudo; e todos que estão a sua
volta lhe vêem pela primeira vez os defeitos - defeitos que estavam
privilegiadamente escondidos, ocultos pelas graças externas.
Algumas vezes tal revelação é tão
devastadora para o orgulho do cristão, que ele simplesmente nunca se recupera,
decidindo ser um cristão em outro nível; ou renunciando totalmente a idéia de
seguir o Senhor.
Através do inverno, longo e frio, a
árvore parece estar morta, como muitas da floresta. Mas ela sabe que isso não é
verdade. No momento parece que a destruição é total, mas na verdade repousa
em algum lugar.
Essa árvore está se submetendo a um
processo que preserva sua vida e a fortalece. Afinal, o que o inverno faz com
ela? Ele faz com que seu interior se contraia. A vida que está no seu interior
não vai mais ser usualmente consumida! Ela vai ficar concentrada no interior do
seu tronco e na porção mais oculta de sua raiz, sendo empurrada até bem
fundo.
O inverno preserva a árvore - não
importa o quanto ela pareça estar morta. É verdade que suas folhas caem,
deixando-a deformada e exposta; no entanto, nunca esteve mais viva! Durante o
inverno, a fonte e o princípio da vida ficam mais firmemente estabelecidos do
que em qualquer outra estação.
Nas outras estações a árvore tem de
utilizar toda sua força de vida para adornar-se e embelezar-se. Mas ela faz
isso despendendo muita vida, extraindo sua vitalidade das raizes e das partes
mais profundas do tronco. É preciso que exista um inverno. Ele
é necessário para que ela viva, sobreviva e floresça; e volte a florescer.
A virtude tem uma maneira interior de
fazer com que o cristão pense profundamente, enquanto desaparece totalmente da
superfície, deixando os efeitos externos e naturais notadamente
visíveis! Se temos os olhos para ver, então nos damos conta de que isso é
bonito.
A graça faz exatamente a mesma coisa
com a nossa vida. Deus levará as folhas. Algo fará com que elas caiam. A
virtude externa entrará em colapso. Ele faz isso para fortalecer a
principal das virtudes. A fonte da vida deverá ser reconstruída. Alguma coisa
bem lá no interior da alma ainda funciona. Em algum lugar dentro do espírito as
funções que são consideradas as mais importantes (na estimativa de Deus) nunca
descansam. O que continua ainda está muito bem escondido. É a humildade. O
que está acontecendo é o puro amor.
O que continua na parte mais interior
é a renúncia e o desprezo pelo eu. O homem interior está fazendo
progressos. A alma está aventurando-separa adiante, dentro do interior.
Verdadeiramente, parece que as manobras de Deus estão concentradas nas partes
externas do cristão, e nem por um momento se pode vislumbrar que não seja
agradável á vista. No entanto, não se desenvolveu na alma nenhum novo defeito!
Somente faltas antigas vieram a tona! E por estarem expostas cicatrizam mais
facilmente.
Se você ousar desafiar a peregrinação
espiritual, lembre-se dos dias de calamidade, do período de seca, e do tempo
que o homem chamará de inverno espiritual: A vida está
lá!
Se o inverno vier ...”
"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais
paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." (João 16:33)
Temos aflições externas, com acontecimentos e pessoas. O inverno acontece também quando erramos. Porém, nunca devemos pensar que é tarde para voltar atrás, pois o Deus em que cremos e confiamos, é
infinitamente rico em misericórdias. Ele está sempre de braços abertos nos
esperando. É como na parábola do filho pródigo, nós podemos ser exatamente como
o filho da parábola, mas basta existir arrependimento em nosso coração, que
Deus nos recebe de volta e faz uma nova aliança conosco.
Sei bem o quão difícil é para nós nos
perdoarmos quando nos deparamos com uma vida que está tão longe daquela que
Deus havia transformado. A culpa se torna grande e pesada, mal temos força para
clamarmos por perdão, porque nos sentimos desmerecidos dele. Porém a Palavra do
Senhor nos diz que quando estamos sobrecarregados o Senhor Jesus Cristo nos dá
seu jugo leve e seu fardo suave (Mateus 11:28-30).
A Palavra do Senhor também nos diz exatamente
assim:
"E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." (II Crônicas 7:14)
"E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." (II Crônicas 7:14)
Se o inverno espiritual
tentar nos alcançar em alguma parte da nossa caminhada, vamos nos aproximar
mais do Senhor, que com seu imenso poder, cuidará de nós, e nos orientará
segundo a sua Palavra, e será luz para o nosso caminho e o nosso consolador, o Espírito Santo
do Senhor, aquecerá o nosso coração com o seu fogo, o qual arderá novamente,
como no primeiro amor. E assim mesmo que tropecemos por um descuido, o Senhor
segurará a nossa mão, como um pai segura a mão do seu filho que está aprendendo
a caminhar, e Ele nos pegará no colo se necessário, e então ficaremos firmes no
caminho do Senhor, esperando apenas pela nossa redenção. (Irismar Santos)
O inverno espiritual representa a
estação de frieza espiritual, mas não significa que devemos ficar frios
espiritualmente.
O que fazer?
a. Alimentar-se com a Palavra de Deus
(instintivamente ficamos com mais fome no inverno – isso é um mecanismo que
nosso corpo encontra para aquecer-se, criando mais gordura, protegendo-nos,
dessa forma, do frio).
A Palavra de Deus tem todos os
nutrientes espirituais necessários para nosso espírito.
b. Estar mais perto das pessoas. Quando
nos aproximamos uns dos outros, o calor de um passa para outro e então ficamos
todos aquecidos.
Eclesiastes 4:9,11: “Melhor é serem dois do que
um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Também, se dois dormirem juntos,
eles se aquentarão; mas um só como se aquentará?”
c. Aquecer-se junto ao “fogo do
Espírito”!
2. Geralmente no período do inverno
somos tomados por um instinto de “hibernar”. É aquela estação de nossas vidas
onde não desejamos realizações, falta-nos motivação suficiente para caminhar.
a. Precisamos ter cuidado com a
passividade e a preguiça espiritual, senão ficaremos sem frutos:
Proverbios 20:4: “O preguiçoso não
lavra por causa do inverno, pelo que, na sega, procura e nada encontra”.
Em qualquer estação em que estejamos
não podemos esquecer A ESTAÇÃO DA COLHEITA DE ALMAS
João 4:35: “Não dizeis vós que ainda há
quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os
campos, pois já branquejam para a ceifa.”
OBS.: A ceifa começava no mês de Abril,
mais ou menos no tempo da Páscoa, e perdurava até a festa do Pentecoste. Isso
significa que 4 meses antes da ceifa seria o mês de dezembro. O tempo próprio
da semeadura era mais ou menos nos começos de dezembro.
1. Aqui está a estação que Jesus Cristo
inaugurou quando veio a este mundo.
2. No mundo natural, há um período
definido para a semeadura e para a ceifa, mas no mundo espiritual, essa estação
é permanente.
a. O tempo de colheita para a igreja
não é daqui a “quatro meses”, mas agora mesmo!
Mt 9:37: “E, então, se dirigiu a seus
discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.”
CONCLUSÃO
Cada estação espiritual produz em nós
os frutos apropriados. Mas não importa em que estação espiritual estamos, não
podemos negligenciar a estação da colheita em função das outras.
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