quinta-feira, 31 de julho de 2014

A Tríplice Parábola de Jesus




      


  
  A Tríplice parábola de Jesus




Lucas 15:1 ao 7 – A ovelha perdida – Ministério de Jesus

Introdução

A bíblia utiliza muito a imagem da ovelha para diferenciar a pessoa que segue a Deus daquela que se desvia Dele. A comparação entre ovelhas e lobos para simbolizar o filho de Deus daqueles que são filho da ira é amplamente divulgada nas escrituras e devido ao contexto da época facilmente entendido pelas pessoas que viviam nesse contexto.
Jesus ensinava as pessoas em qualquer lugar que estivesse, ele não abria mão do ensino em qualquer oportunidade que tinha.
Os considerados pecadores pelos fariseus e pelos escribas buscavam entender e escutar Jesus nessas oportunidades, já que eram menosprezados e marginalizados pela sociedade religiosa e por causa disso pelo povo também, vivendo quase que solitárias por cauda disso.
Nesse contexto Jesus reúne tantos quantos pecadores e cobradores de impostos desejavam estar ali para poder ensinar, exortar, converter e salvar as suas almas do poder do pecado e demonstrar a Graça de Deus para suas vidas.
Pelo fato de Jesus respeitar, conversar e até comer junto com essas pessoas era julgado e contra esse tipo de julgamento Jesus se levantava e proferia seu ensino, que serve inclusive para nós nos dias de hoje.
Neste contexto, debaixo de julgamentos e muito ódio dispensado pelos escribas e fariseus vamos descobrir o outro lado da ovelha perdida.

1- Andando junto, mas deixando de seguir o Pastor de ovelhas
O Senhor começa por responder aos seus críticos perguntando-lhes: “Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não vai após a perdida até que venha a achá-la?” (Lucas 15.4).
Ele afirma que mesmo eles, sendo maus e cheios de preconceitos, não seriam capazes de ignorar o balido de uma ovelha perdida. Eles não seriam capazes de deixar passar desapercebido aquele apelo ou deixar a criatura indefesa morrer sozinha.
Jesus, apesar de deixar claro que a responsabilidade do cuidado para com aquelas ovelhas também era da classe religiosa, que hoje se estende para a igreja, que deveria cuidar antes de julgar, também deixa claro que o pastor de ovelhas é Ele mesmo.
Jesus é o Pastor e quando deixamos de seguir o Senhor, mesmo estando juntos, espantamos a ovelha perdida para longe, pois os julgamentos, os preconceitos, a falta de amor faz com que a imagem de uma unidade espante aos necessitados e aos caídos. Muitas vezes a imagem que a igreja passa para os que estão necessitado é de que isso não vale a pena, isso não serve para nada, isso é só mais um modo de opressão...

2- 99 ovelhas no deserto
Podemos imaginar que as 99 ovelhas estão salvas, tranquilas e descansando perto do Pastor, mas não é essa mensagem que Jesus está passando.
As ovelhas nesta parábola representam o povo de Israel. Qualquer pessoa que ouviu a parábola da boca de Jesus reconheceria isto imediatamente, naquele contexto, naquela sociedade, essa associação era imediata.
O texto diz que essas ovelhas estavam no deserto, portanto não estavam em um curral ou aprisco, deixando claro que se tratava de ovelhas que achavam que estavam seguras, as que se achavam justas e sem pecado, então, Jesus abandona as 99 no deserto, pois elas acreditam que de nada precisam, para buscar aquela que estava perdida, consciente de sua situação de perdida, pecadora, que precisa mudar os rumos de sua vida.
A idéia aqui é a de que o Senhor veio não para “chamar os justos, mas sim os pecadores” (Marcos 2:17). Ele veio para “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10; comparar com Lucas 15:7).
Quantas e quantas vezes agimos dessa maneira, nos afastamos daqueles que acham estar salvos, que acham estar purificados, que acham que estão livres do pecado, abrimos mão de fazer a diferença entre as 99 e abandonamos o rebanho no deserto.
Lembre-se que Jesus quer cuidar e transformar a vida daquele que sabe que necessita de cuidado, que necessita de perdão, que necessita da presença do Senhor e é em cada um de nós que as pessoas poderão sentir essa necessidade, não por sermos melhor do que ninguém, mas pela misericórdia do Senhor em nossas vidas.
Devemos ter consciência de que todos pecaram, todos carecem da Graça de Deus sobre suas vidas.

3- Uma ovelha perdida buscando algo diferente
É um fato interessante que todo o povo de Israel era visto pelos profetas como ovelhas perdidas que precisavam ser encontradas e resgatadas, mas o problema era que muito poucos em Israel reconheceram a sua condição de perdidos, os restantes sentiam-se bastante bem com eles mesmos. Estavam cheios de si mesmos, homens que não reconheciam seus pecados e suas falhas, que muito julgavam o próximo e pouco a suas vidas.
A condição da ovelha perdida é a mesma condição daquele que está buscando alívio para sua alma. Se por um lado ela não agüentou tanto julgamento e preconceito em sua vida, por outro lado Jesus a carregou em seus braços para a sua casa. Vejam bem que a ovelha perdida não volta para o deserto, pois o deserto é lugar de sofrimento, de desilusão, de aprendizado, ela já aprendeu que precisa da Graça de Jesus em sua vida.

4- Em casa com amigos
E então ele continua a descrever a satisfação quando a ovelha perdida é encontrada. Colocando a criatura nos seus ombros, o pastor a traz para casa e chama os seus amigos e vizinhos para se alegrarem com ele.
Essa ovelha passou pelo deserto, aprendeu que necessita de algo mais para sua vida que só Jesus pode dar, que não é algo material, palpável, mas a paz que um aprisco rodeado de amigos pode proporcionar.
Amigo cuida do outro, corrige e trata do outro. Enche a vida do outro de alegria e de cuidado. Amigo não julga, não tem preconceito e não derruba o seu próximo, assim deve ser a igreja de Jesus, é esse avivamento que as pessoas estão buscando.
Sempre que há uma vida que se conscientiza dos seus pecados, da sua situação diante de Deus, da necessidade de renovar essa aliança, essa vida recebe uma porção de amigos e vizinhos, que irão dar força, crescimento e apoio para essa ovelha que estava perdida, mas se encontrou com Jesus.
Então festejam por aquela ovelha perdida que permitiu ser encontrada pelo filho de Deus.

Fechamento

Tenhamos em nossa mente a nossa situação diante de Jesus, Ele é nosso Salvador.
Nossa situação de ovelha do aprisco de Deus não nos permite achar que somos melhores do que ninguém, que somos merecedores de porções maiores ou agrados maiores por causa disso.
Nossa posição de ovelha é seguir o nosso Pastor a fim de não nos tornarmos ovelhas abandonadas no deserto com o nosso coração endurecido, com a nossa mentalidade deturpada e com a nossa consciência cauterizada diante da verdade do Pai.
Não somos um grupo de perfeitos homens e mulheres, agraciados com tudo o que o Pai tem para nos dar, mas somos um grupo de homens e mulheres cheios de pecado, cheios de falhas, cheios de  julgamentos e preconceitos e precisamos a todo instante sermos lavados pelo sangue do cordeiro a fim de nos purificar de nossas vontades humanas para nos entregarmos a vontade de Deus afim de que ela se cumpra em nossas vidas.

Lucas 15:8 ao 10 - A “dracma” perdida – Ministério da Igreja de Cristo.

Introdução
Vimos a questão do povo de Israel e das ovelhas, de como 99 pensavam estar salvas e apenas uma tinha a consciência de que estava perdida e necessitava voltar ao caminho, mas não sabia como, não tinha meios para isso. Vimos ser ligado a o ministério de Jesus e a sua obra, que foi rejeitada pelos Judeus, onde apenas 1% pode ser restaurado pelo mestre.
Quem é essa mulher?

Em primeiro lugar, o fato de que a mulher, e não o Próprio Senhor, é enviada a procurar a dracma, indica que esta parábola fala de um tempo em que o Seu povo, e não Ele, procurava os perdidos em Israel. Indica uma questão de “valor” pela vida e não de sentimento, compaixão, como no caso da ovelha, indica que as pessoas possuem muito valor sentimental, apesar de serem comparadas a uma dracma, moeda de valor tão baixo.

Podemos dizer que a mulher citada nessa parábola representa a igreja primitiva e a sua continuidade até os dias de hoje e seu ministério, resgatando vidas para Cristo, e para época, instituída por Cristo para anunciarem em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da terra, devendo apresentar, segundo a parábola um resultado de 10%, ou seja, algo maior do que o próprio Cristo havia alcançado em seu ministério, pois a igreja teria muitos e muitos anos para realizar essa obra.

O que representa a dracma perdida?

As dez moedas de prata, correspondentes a dez dias de salário, poderia ser a poupança da família. As moedas também podem ter sido o dote da mulher pelo seu desposamento, vestida como um ornamento nupcial.

Nos tempos de Cristo era costume o noivo dar a sua noiva um sactel ou colar com dez ou doze moedas o “draconario”, representando assim o seu compromisso com ela (sinal profético da perpetuação de sua geração, respeito, honra), era obrigação da mulher cuidar deste “draconario” e usá-lo no dia de seu casamento. Trazendo para os dias de hoje, se você é casado, imagine-se perdendo a sua aliança de casamento.

Ambas as teorias podem ser verdade, pois explicam a urgência da busca da mulher e a extensão da sua alegria quando a moeda que falta é encontrada.
Essa mulher havia perdido uma dracma, que é uma moeda grega de prata que valia aproximadamente um denário romano, ou um dia de salário de um trabalhador, pouco menos de 4 gramas de prata, 3,6 gm para ser exato.

Tanto ao representar as suas economias (por causa do seu valor) como, por ser o seu dote de casamento, essas moedas tinham um valor também sentimental. Perder uma dessas moedas era vergonhoso e inconcebível.
1- Uma perda
Ninguém roubou, não se pode atribuir as perdas ao inimigo, pois nós perdemos, foi por falta de atenção, dedicação ou compromisso, mas a falha é nossa, ninguém tem nada a ver com isso. Perdeu-se uma moeda com um valor muito pequeno, mas com um valor sentimental muito grande.
Essa perda demonstraria relaxo, falta de atenção, desrespeito com algo tão importante. E o pior: Uma perda – Não foi na rua, mas dentro de casa. Uma dracma simboliza aqui algo valioso para a pessoa que perdeu. E foi perdido dentro do convívio familiar, no convívio da igreja, no local onde a presença de Cristo deveria ser enfatizada e lembrada sempre.
Valores perdidos devido ao descuido: paciência, compreensão, dedicação ao serviço, harmonia, respeito, paz, primeiro amor, oração, devocional diária, leitura e meditação na Palavra, fé, temor, etc.

A – A dracma é o crente perdido dentro da Igreja.

Ele não tem consciência de que está perdido.
Ele não pode ser usado.
Ele não sabe o que esta acontecendo.
Ele pode ser levado para qualquer lugar.

B – A dracma é a figura daquela pessoa que se valoriza acima dos outros.
Isola-se por entender que seu valor pessoal e é prejudicado enquanto não está envolvido com os outros. Não entende que só vale muito pouco e assim não agrega valor para o próximo, e não representa “valor sentimental” para ninguém. Utiliza-se das sombras da casa para se ocultar. Acaba cercada de escuridão e muita poeira. Sua única companheira é a solidão, porque escolheu estar assim.

C – Uma dracma perdida não pode ser usada. 
Aquela dracma que antes corria os mercados, lojas, lares e até mesmo acompanhava as grandes e longas caravanas, agora, era prisioneira de sua perda. Perdida em casa. Uma dracma sozinha poderia ser uma esmola razoável, mas unida a outras, porém, um tesouro valioso. Muitos vivem dizendo: “A mim ninguém usa!”, mas não se permitem serem usados também e assim perdem com isso a alegria que só quem é servo pode descrever.

2- Acendeu a candeia

As casas na Palestina não tinham tantas portas e janelas como as de hoje. Se quisermos encontrar o que se perdeu, precisamos também de luz: a luz da Palavra. A candeia é um símbolo da Palavra de Deus. No escuro não se encontram os valores perdidos. O que se perde de importante em nossa vida só poderá ser reencontrado sobre a luz da palavra do Senhor.
A Luz para nossas vidas é a ação reveladora do Espírito Santo ao homem.
 3- Varreu a casa

A mulher teve coragem de mexer e remover do lugar muita coisa. Ela teve iniciativa e esforço. Ela enfrentou o desconforto e a comodidade. Ela levantou muita poeira ao varrer cada canto da casa à procura do seu tesouro perdido. Não devemos desistir jamais, pois o desconforto da busca não deve nos privar da alegria do encontro.

A sujeira impede de encontrar a moeda, valor perdido, ela vai penetrando na alma do homem (pelo sistema corrupto, mídias, malícias, etc), de tal forma que nos acomodamos a esse mundo, deixando de lado o que realmente importa. O sangue de Jesus retira a sujeira de nossas vidas, devemos varrer para longe onde ela não nos incomoda.

4- Procurou com diligência até encontrar

Notem duas coisas que essa mulher fez: primeiro, sua procura foi meticulosa; segundo, sua procura foi perseverante. É dessa maneira que devemos procurar aqueles que se perdem e se desviam. É necessário ter disposição para o conserto, pois Deus não dá nada para quem não valoriza!
Diligência = qualidade da busca
Perseverança = duração da busca
É preciso ter fé, perseverança e mão se conformar com as perdas.
Com empenho – dedicação – determinação!
  
5- Alegrou-se com amigas

Quando a mulher descobre que perdeu uma moeda, ela “acende uma candeia, e varre a casa, e busca diligentemente até a achar”. Então ela chama as suas amigas e vizinhas para se alegrarem com ela por ter encontrado o seu dinheiro. Encontraram-se para celebrar, é necessário celebrar o valor de uma vida restaurada.
O testemunho da ‘reconquista’ desperta outros para crerem.
Interessante que no original em grego, os "amigas e vizinhas" são também do sexo feminino. Seriam outras igrejas contemplando e celebrando o crescimento do corpo de Cristo??? Sim...

A mulher perdeu a moeda no recesso do lar, sob as sombras do anonimato, mas ela celebrou o encontro da dracma publicamente sob os auspícios da luz. As outras pessoas devem conhecer nossas vitórias e participar das nossas alegrias.

Fechamento
O que é necessário para reencontrar a dracma perdida?
I. Luz.

II. Limpeza.

III. Procurar.

Lucas 15: 11-32 – Filhos perdidos -  Tribulação 
Introdução
Essa é a terceira parte da parábola tripla contada por Jesus para deixar claro na mente dos judeus que Deus ama e busca ter relacionamento com toda a humanidade, mesmo eles rejeitando essa ideia.
Essa terceira parte é de forte impacto para aqueles ouvintes e possui muitos significados para nós, mas eu gostaria de me ater ao que Jesus estava querendo transmitir aos judeus, o impacto dessa mensagem e o resultado que Jesus esperava conseguir daquela gente, no contexto da mensagem e qual a situação daquelas pessoas de acordo com o que estava acontecendo com o povo na época.

1-   Certo homem que tinha dois filhos

Essa imagem de que o Pai é a figura de nosso Deus já é uma imagem consolidada e realmente inabalável. Não podemos contestar a figura de Deus nessa parábola, já que a descrição que Jesus dá desse Pai é diretamente atribuída a Deus. È assim mesmo que Jesus queria demonstrar para aqueles escribas, fariseus e judeus que reclamavam de sua aproximação com os ”pecadores”, de sua doutrina de inclusão e de sua atenção dispensada para aquelas pessoas consideradas a escória da sociedade.

Quem eram os dois filhos?
Um era o povo judeu (considerados puros, filhos de Deus, cumpridores de todos os mandamentos) e o outro os gentios (perdidos, pecadores, os considerados impuros pela sociedade judaica).
Ao contar a parábola, os judeus que a ouviam já tinham em sua mente essa imagem formada, era uma informação automática e ao mesmo tempo impactante para aquela sociedade, que realmente era dividida pelos judeus entre os judeus e o resto do mundo.
Nesta parábola é o filho mais novo que é “perdido” e depois “achado”. É para ele que o banquete é feito, o banquete no qual o irmão mais velho recusa participar. E isto é importante. Foi principalmente a geração mais nova que seguiu o nosso Senhor. Em geral, a geração mais velha não sentiu necessidade de arrependimento. Os fariseus e os saduceus, os escribas e os doutores da Lei, os principais dos sacerdotes e os principais do povo, todos eles se sentiam “suficientemente bons”.
Mas a geração mais velha, que “não necessita de arrependimento” ficará, tal como o filho mais velho, de fora do banquete por sua própria escolha.

2-   Divisão da herança com o Pai vivo

Receber herança não é mérito. É um dom gratuito. A herança dos dons de Deus está distribuída entre todos os seres humanos, tanto judeus como pagãos, tanto cristãos como não-cristãos. Todos têm algo da herança do Pai. Mas nem todos cuidam da mesma maneira. Assim, o filho mais novo parte para longe e gasta a sua herança numa vida dissipada, esquecendo-se do pai.
Dividir a herança enquanto o pai estivesse vivo era um grande insulto, era exatamente como considerar o Pai morto, por isso o irmão mais velho deveria recusar a petição de seu irmão mais novo e intervir como um conciliador.

Com isso, o pai cede ao filho a posse e a disposição dos bens demonstrando um ato de amor sem precedente que dá liberdade até para rejeitar a pessoa que ama enquanto o filho mais velho aceita silenciosamente sua parte negando-se a desempenhar o seu papel de conciliador deixando evidente que havia problemas no seu relacionamento tanto com seu pai quanto com seu irmão.
Ambos os filhos fracassaram na tentativa de viverem juntos, em unidade com seu pai. Tanto os judeus, quanto os gentios.

3-   Tratando de porcos e se arrependendo
Tratar porcos era para o judeu uma ofensa sem tamanho, tanto por ser os porcos animais imundos dos quais o judeu sequer tocava, quanto por serem criados por gentios para o suprimento do império romano, os principais consumidores de carne suína na região, mas a miséria fez com que essas coisas não tivessem mais importância na vida desse jovem, chegando ao ponto de desejar comer a comida dos porcos, ou seja, o sentimento de imundícia já teria chegado ao extremo na vida dele e essa era a condição de vida de milhões de escravos no império romano no tempo de Lucas.
Com isso ele se arrepende do que fez e deseja retornar a casa de seu Pai e servi-lo
Que mudança foi operada neste jovem! Antes ele dizia “dá-me”, agora pede “faze-me”. Antes ele exigia tudo a que tinha direito, agora reconhece que não merece nada.
O filho mais novo quer ser cumpridor da lei, como o queriam os fariseus e escribas no tempo de Jesus. Ele se apresenta ao seu Pai com a intenção de servi-lo e de cumprir todos os seus mandamentos, tendo com ele uma relação fria e distante, sem intimidade e sem comunhão.

4-   Sendo recebido com festa

O Pai recebe seu filho ainda distante, sai ao seu encontro. A atitude amorosa do pai ao abraçar e beijar seu filho considerado imundo, e, conseqüentemente morto (afinal ele havia negado seu Pai e considerado ele como morto ao requerer a sua herança) pelas leis de pureza judaicas.
Isso era uma crítica contra a postura judaica de violência e exclusão dirigida aqueles que não se enquadravam nas regras de pureza dos judeus. O perdão imerecido era o oposto do que era esperado. Em vez de provar a hostilidade, o rapaz entra na aldeia sob o cuidado e proteção do pai.
Conforme o nosso modo humano de pensar e de sentir, a alegria do Pai parece exagerada! Nem deixa o filho terminar as palavras que tinha preparado. Nem escuta! O Pai não quer que o filho seja seu escravo. Quer que seja seu filho! Foi isso que Jesus fez por nós, nos tornou filhos de Deus, restabeleceu essa relação que estava desfeita quando nós O consideramos morto.

5-   O legalismo nunca celebra essa festa
Túnica nova, sandálias novas, anel no dedo, churrasco, festa! Nesta alegria imensa do reencontro, Jesus deixa transparecer a grande a tristeza do Pai pela perda do filho. Deus estava muito triste e vendo o tamanho da alegria do Pai quando reencontra o filho, ela deve ser partilhada com todo o mundo na festa que ele manda preparar.
O filho mais velho, que representa os judeus, ou os “que não necessitam de arrependimento”, não gosta da festa e não entende a alegria do Pai. Sinal de que não tinha intimidade com o Pai, apesar de viver na mesma casa. Pois, se tivesse, teria notado a imensa tristeza do pai pela e teria entendido a alegria dele pela volta do filho.
Quem fica muito preocupado em observar a lei de Deus corre o perigo de esquecer o próprio Deus! O filho mais novo, mesmo longe de casa, parecia conhecer o pai melhor que o filho mais velho, que morava com ele na mesma casa! Pois o mais novo teve a coragem de voltar para a casa do pai, enquanto o mais velho não quer mais entrar na casa do pai! Ele não se dá conta de que o pai, sem ele, vai perder a alegria. Pois também ele, o mais velho, é filho do mesmo jeito que o novo
O pai sai da casa e suplica ao filho mais velho que entre. Mas este responde julgando a atitude do irmão maliciosamente. “esse seu filho, que devorou seus bens com prostitutas”.
O mais velho também quer festa e alegria, mas só com os amigos. Não com o irmão, nem com o pai. Um grande erro de quem é legalista, pois acredita que só os que seguem seus ritos são “salvos” e acabam desprezando o próprio Pai e os outros irmãos com essa atitude, tão condenada por Jesus.
Ele nem sequer chama o mais novo de irmão, mas “esse seu filho”, como se não fosse mais irmão dele. A atitude do pai é outra. Ele acolheu o filho mais novo, mas não que perder o filho mais velho. Os dois fazem parte da família. Um não pode excluir o outro.
Da mesma maneira como pai não deu atenção aos argumentos do filho mais novo, assim também não dá atenção aos argumentos do mais velho. Será que o mais velho tinha realmente consciência de estar sempre com o pai e de encontrar nesta presença a causa da sua alegria?
A expressão do pai “Tudo que é meu é teu!” inclui também o filho mais novo que voltou! O mais velho não tem o direito de fazer distinção. Se ele quer ser mesmo filho do Pai, terá que aceitá-lo do jeito que ele é e não do jeito que ele gostaria que o Pai fosse!
Fechamento
A parábola não diz qual foi a resposta final do irmão mais velho. Isto fica por conta do próprio irmão mais velho! Fica por nossa conta.
Tantas e tantas vezes nos colocamos na posição desse filho mais novo e na posição desse filho mais velho, que nem sabemos o que responder ao nosso Pai. A parábola visa despertar em nós a real sentimento de ser filho do Pai, de festejar e de se alegrar na Sua presença e celebrar a vida que é restaurada a cada momento através de Seu amor.
                                                                     Pastor Reynaldo Bragante

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