sábado, 26 de maio de 2012

Mágoa e Ressentimento




Mágoa e Ressentimento


“Por  isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros. Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo.
Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.

Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.
E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.
Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós,

Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”. (Efésios 4:25-32).


As experiências pelas quais passamos vão sendo acumuladas no transcurso de nossa vida. Algumas são boas, enquanto outras nos fazem sofrer. 
As experiências que nos fazem sofrer são as várias decepções que, se não tomarmos cuidado, podem nos transformar em pessoas amargas, desconfiadas e rancorosas. E, é por isso que precisamos aprender a perdoar.

Reconhecer que precisamos de perdão nem sempre é fácil, pois precisamos deixar de lado o orgulho e dizer: eu errei, você me perdoa? Mas, e quando é do nosso perdão que alguém precisa? Nos magoaram profundamente e somos nós que precisamos perdoar. E bate à nossa porta o ressentimento que fica martelando na nossa cabeça e alma todo o mal que nos fizeram.
Há pessoas que conscientemente dizem: 'eu não perdoo'; e vivem a vida inteira sendo destruídos por essa doença que faz mal a elas mesmas. É enganoso pensar que não perdoando estaremos ferindo o outro e fazendo com que pague o mal, pois nos ferimos a nós mesmos, impedindo que a ferida cicatrize.

O perdão é necessário para a cura espiritual da relação, mas precisamos preparar nossos corações para perdoar. Precisamos aceitar a injustiça do ferimento, a deslealdade do pecado, e ficarmos prontos para perdoar.
Sabemos que não é simples, pois todas às vezes que somos alvos de críticas injustas, traição, calúnias e desprezo, nós sofremos e é natural até que sintamos raiva, no momento, da pessoa que nos prejudicou. Mas, o que não devemos permitir é que essa raiva perdure para sempre e que tais experiências negativas afetem o nosso caráter ou transformem a nossa personalidade.
A melhor atitude é entregar tudo ao Justo Juiz, que é Jesus. Ele sabe a hora certa de punir os culpados.
É importante que não façamos justiça com as nossas próprias mãos, pois a nossa justiça não tem a onisciência de Deus.
Para perdoar, precisamos lembrar que nós mesmos somos pecadores e necessitados do perdão divino.

"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." (Romanos 3:23). 


Quando nos lembramos da grandeza da dívida que Deus quer nos perdoar, certamente podemos perdoar aqueles que, em comparação, nos devem muito menos.


"Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo." (Efésios 4.32). 

"Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também." (Colossenses 3:13).


A parábola do credor incompassivo (Mateus 18.21-35) é uma parábola de Jesus cujo foco é o perdão. É dado o exemplo de um rei que foi piedoso com seu servo, e este servo não mostrou piedade com seu conservo, fazendo indignar-se outros conservos e o rei. Ele esqueceu o perdão que havia recebido e não perdoou.
O rancor nos cega para um desfecho conciliador e não deixa o tempo nos ajudar, amainando nosso sentimento de raiva. 
Com o tempo podemos dar ao fato a real proporção de seu mal, mas é importante não perdermos de vista a beleza da natureza, da comunhão com pessoas amigas, da nossa família, do amor. Desarmados pela graça e pelo amor de Cristo partimos para a reconciliação, remédio para nossas amarguras e nossos relacionamentos partidos.
É difícil 'perder', mas quem perde tem mais chance de ser feliz do que quem cultiva o rancor de ofensas passadas.
É um trabalho longo e delicado que exige de nós paciência, coragem, fé e, principalmente, amor, muito amor. Só mesmo um amor incondicional pelo próximo poderá extinguir do dicionário da nossa vida a palavra ressentimento. Quando Jesus estava para ser morto, Ele olhou para o céu e disse: "Pai, perdoa-lhes". Ele conhecia a necessidade e incapacidade humana de reconhecer os próprios erros. Ele intercedeu a favor dos que o matavam e intercede por nós a cada instante.
Devemos buscar em Deus forças para perdoar àqueles que nos ofendem por promover a paz. E, também, para que tenhamos ânimo para continuar amando o que o Senhor valoriza e preserva. Em Cristo Jesus. Amém!

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