terça-feira, 22 de maio de 2012

Judas e Pedro


Judas e Pedro

       

Há coisas que praticamos, das quais nos arrependemos, que não podem ser refeitas. Todos estamos sujeitos a elas.
Pedro e Judas Iscariotes, dois discípulos de Cristo mencionados nos evangelhos, traíram seu Mestre e tiveram reações diferentes diante das consequências do que fizeram.

Depois de trair a Cristo, Judas enforcou-se (Mateus 27:5). Em contraste, depois de negar a Cristo, Pedro se tornou um apóstolo de confiança (1 Pedro 1:1), um forte líder da primeira igreja cristã, e escritor que deixou um belo e abençoado testemunho que ecoa pelos séculos desde aquele tempo.

Diante da condenação de Jesus, Judas reconheceu que traiu um inocente. Ele resolve devolver às autoridades o dinheiro recebido como pagamento por ter levado os guardas até Cristo. Contudo, as trinta moedas de prata, consideradas preço de sangue, não foram aceitas de volta. Então, o traidor atira o dinheiro contra os pagantes e coloca fim à sua angústia de viver tirando a própria vida. Ele quis reparar seu erro sofrendo, mas não conseguiu porque não havia como pagar pelo dano que causara.

Judas claramente tinha livre-arbítrio. A Bíblia ensina que Deus deseja que todos aceitem a Sua salvação (2 Pedro 3:9). 
Judas também teve uma oportunidade para ser salvo. Jesus não conservou Judas por perto para lhe dar uma oportunidade de traí-Lo. Ao contrário, Jesus tentou dar a Judas uma oportunidade de ser salvo. 

Pedro também sofreu pelo que fez, mas o discípulo faltoso sabia que nada neste mundo poderia apagar as consequências de sua ofensa.
Pedro não dá cabo da própria vida e resolve voltar às redes de pesca, sem saber que logo haveria um novo encontro com Jesus. Ali, na praia, Pedro reconhece que Cristo é o Todo-poderoso que sabe todas as coisas e que ele, o discípulo regenerado, pouco tem a oferecer. Nestas condições, o Filho de Deus o aceita e delega a ele a missão mais importante na história do cristianismo: a continuidade da fé cristã e o cuidado para com os fiéis.
  
Arrependimento e remorso são marcados pelo sofrimento intenso. Nas duas situações, há o lamento e o reconhecimento de que o ato praticado não deveria ter acontecido.

Remorso é a condenação de ficar remoendo o preço impossível de pagar. Ninguém suporta viver assim sem causar danos para si mesmo.

Arrependimento é o lamento mental, físico e emocional de que tal ato não deveria ter sido praticado; é o sofrimento de todo o ser, de tal forma que não há mais o desejo de que tal comportamento volte a acontecer. E o reconhecimento de que, no sacrifício substituto de Cristo na cruz, o preço foi pago e o saldo da dívida não mais existe.

Pedro negou seu Senhor no momento de maior necessidade e humilhação de Cristo. Mas, posteriormente, ele se arrependeu. Ele se entristeceu pelo ato em si, e não apenas pelas conseqüências. Seu arrependimento mostrou que o Espírito Santo podia trabalhar em seu coração e mudá-lo. Ele foi quebrantado por seu pecado e, a partir daquela contrição, o Senhor poderia trazer Pedro ao arrependimento e a uma conversão verdadeira. 

"Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus" (Salmos 51.17). 

Jesus deu aos dois discípulos a oportunidade de aceitarem a salvação. O que aconteceu mostra as escolhas que eles fizeram. 

Nós estamos na mesma situação de Pedro e de Judas. Recebemos oportunidades para fazer a escolha de aceitar a salvação que Jesus oferece. Precisamos nos perguntar o que estamos fazendo com essas oportunidades. No fim das contas, só um entre dois futuros eternos nos espera: um futuro como o de Pedro ou um futuro como o de Judas. 

A fé cristã é a possibilidade de jogar sobre a cruz erguida no Calvário todo e qualquer peso dos erros irreparáveis. Graças a Deus!

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